A Fé

 

A Fé

 

Imagine-se sozinho neste grande mundo

Sem ter sequer alguém com quem falar,

Seria sentir-se como um pobre marimbondo,

Pelos acidentados caminhos a rastejar.

 

Imagine-o sem qualquer espécie de vida,

Como um deserto sem água para beber

Lembrando-se da dura e triste despedida,

Daqueles amigos que teve de perder.

 

Pense num Sol congelado sem luz nem calor

Num dia tenebroso sem qualquer sinal de gente,

Seria como perder aquele grandioso amor,

Seria como morrer de forma triste e agonizante.

 

Imagine o mundo com continuas trevas sobre a terra

Sem os passarinhos alegres a pular e a chilrear

Imagine uma selva se transformado em deserto sem a fera,

Uma cascata seca sem água para deslizar.

 

Imagine este mundo sem ter algo para comer,

Sem água e sem Sol para se aquecer,

Sem o ar para pelo menos poder respirar,

Sem luz para poder ao menos enxergar.

 

Eras o Rei de tudo e não entendias nada,

Tinhas o grande paraíso e reclamavas da vida,

Porque eras cego como uma toupeira,

 E não percebias a grandiosidade desta vida querida.

 

A toupeira pelo menos ainda é cega,

Porem tu possuías as dádivas de Deus,

Ela procura andar devagar sem caminhar de pressa,

E tu caminhavas afobado para saciar os caprichos seus.

 

Vá devagar não te afobes nunca mais,

Saibas que és o eterno rei do mundo,

Segue apenas os exemplos dos sábios animais,

Então desabrochara em ti um amor profundo,

Se renunciares as coisas mesquinhas e banais.

 

Então serás como o humilde Jô, que recuperou o perdido,

Porque sua fé no criador foi deveras sincera

Recuperando pelas preces, o Deus que havia esquecido,

Recebendo dele os bens de um filho muito querido,

E tudo em dobro lhe foi prontamente restituído.


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