O Cabritinho do Natal
O Cabritinho do Natal
É quase véspera de natal
E no vizinho ao lado
Um cabritinho berra desesperado
Pressentindo que vão lhe fazer mal
Adivinhando que vai ser imolado.
No entanto eu daqui deste outro lado
Procuro enfeitar o meu vaso de flores
Trabalhando humildemente e calado,
Porém o cabritinho esvaziando-se de dores
Me deixando muito triste e acabrunhando.
Gostaria muito de poder acariciá-lo
Porém não posso sequer socorrê-lo,
Me sentindo de certa forma culpado,
Porque ele esta morrendo de medo,
Clamando para que alguém vá ajudá-lo
Entrei para dentro da minha casa,
Escutando o clamor do animalzinho,
Enquanto escrevo esse poema a vida passa,
E a morte se aproximando do cabritinho
Para judiar desse mansinho bichinho.
Porque essa tamanha malvadeza
Com um bichinho tão bom e mansinho,
Me lembro quando pastor meu rebanho cuidava com presteza,
Amando-os com imenso carinho,
E hoje triste sinto pena desse pequeno bichinho.