Os cabelos brancos
Os Cabelos Brancos
Quando eu era pequenino ou mocinho
O meu semblante era emoldurado pelos cabelos castanhos,
Porem com o decorrer dos sofridos anos sozinhos,
Pouco a pouco se foram tornando grisalhos.
Os brancos misturados com os castanhos,
Brotavam fortes como galhos na primavera,
Eles para os outros pareciam estranhos,
Mas sabiam que filhos do mesmo pai o eram.
Nas lindas manhas de primavera ensolarada,
Os esparsos cabelos brancos simbolizavam,
As lutas e tempestades ao longo da caminhada,
Da grande jornada que fora conquistada.
Caminhada de quedas sucessivas, neste pequeno mundo,
Porem levantando-me e apoiando-me sempre na oração,
Com fé no deus que criou esse maravilhoso mundo,
E com todo o amor na meditação provinda do coração,
Possibilitando-me alcançar tão belo triunfo.
Quando os melancólicos e tristes olhos se abriam,
Notava que eles jamais pareciam luzir,
Mas quando alegres e risonhos estavam,
De mortos, opacos, em brancos brilhantes, voltavam a reluzir.
Irradiavam energia, formando aquela áurea de luz,
Porque eles são condutores que ligam nosso interior,
Fazendo-nos meditar na profundeza de nossa pesada cruz,
E assim sintonizar-nos com deus, o eterno criador.
É essa energia acumulada através do tempo,
A qual foi sempre gerada pelo elemento dinâmico,
Que acionado pelas quedas sofridas do grande tormento,
Projetou-me no glorioso e lindo mundo encantado.
Mundo de total e eterna paz espiritual,
A qual só nos será possível encontrar,
Para crescer sempre mais de forma espiritual,
E assim na longa caminhada a deus encontrar.
Foram necessárias as quedas, lutas, e batalhas,
Pois sem as mesmas jamais haveria vitoria,
Do contrario ficaríamos cadáveres mortalha,
Sem jamais nascermos para a eterna e linda glória.
É esta a historia dos primeiros cabelos grisalhos,
Que com o tempo ficariam bem branquinhos,
Porque foram judiados e mal tratados,
Na longa trajetória desses difíceis caminhos.